quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Todo o resto ficou menos importante. A vida ficou mais importante do que as idéias anarquistas, do que a arte, do que as teorias. Se isso é tropeçar, então me deixe continuar tropeçando. Não me arrependo de coisa alguma. Considero esse tropeçar a dança da verdade! A vida é a dança que nunca termina."
Fragmento do livro Memória Inventada - um romance de mães e filhas de Erica Jong.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Hoje é o primeiro dia da Primavera e o Dia Mundial Sem Carro! Assim que acordei olhei pela janela para ver o movimento da cidade. Normal aos meus olhos. Mas já li que em alguns lugares até os estacionamentos foram proibidos, como no Rio de janeiro que até o governador, Sérgio Cabral andou de bicicleta, porém em São Paulo, fiquei sabendo que a lentidão do trânsito continuou por conta do fluxo intenso de automóveis.

Contudo, olhando pela janela do meu quarto, lembrei daqueles anarquistas em Amsterdam que provocaram a conta-cultura, os Provos. Foram eles que criaram e praticaram o Plano das Bicicletas Brancas na década de 60 (acho que não poderia ter sido em outra). Primeiro fizeram uma proposta para o governo: distribuir muitas bicicletas para a população e fechar o centro da cidade para os carros particulares. O governo rejeitou, mas é lógico que os anarquistas não ligaram nenhum um pouco para isso. Colocaram na rua inúmeras bicicletas brancas, todas para a população. Quem quisesse usar, à vontade. Quando chegassem ao lugar de destino, deixavam a bicicleta para outro usar e ir para aonde bem entendesse. A polícia confiscou, justificando que elas não poderiam ficar sem travas. Os Provos colocaram o meio de transporte novamente nas ruas, agora com cadeados e a combinação escrita na própria bicicleta. O Plano não durou até hoje, todavia a capital da Holanda é cheia de ciclistas, o trânsito é adaptado com ciclovias e qualquer pessoa utiliza o transporte esboçado por Da Vinci, seja de terno, seja de salto alto.
Eu acabo de tomar meu café da manhã e volto correndo para a janela na esperança de ver lá fora menos carros, pelo menos no dia de hoje. Eu ainda sonho que todos, verdadeiramente, conscientizem-se de que somos os únicos responsáveis pelo planeta. Fico feliz a cada dia que passa e vejo a divulgação de atos para salvar a Terra aumentarem.

É ótimo dirigir, carros são confortáveis. Mas as vias já estão sofrendo com o excesso e globo, ainda azul, também. Observo que alguns patrimônios lindos são desmoronados para inaugurarem mais um estacionamento. Na década de 60, a sociedade enxergou o início da sociedade de consumo e extravagâncias. Agora, devemos abrir os olhos para as conseqüências e frear os hábitos de desperdício.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009



Se eu fosse rosas
Seria quarenta rosas azuis erguidas
Naufragaria despetalada com nome de Maria
...
Iria imergir para dentro da alma e do mar

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu tenho sentido muita fome. Uma fome, por vezes, incomoda. Eu me pergunto o que de suculento e irresistível passou a ter nas comidas espalhadas na mesa e dentro da geladeira. Nada demais, é a reposta mais óbvia. Minha fome é uma fome de mundo, uma necessidade de sangrar os limites, uma irresistível leviandade e desejo de ser alimento. Me vejo como uma vampira pálida e sozinha em noite sem lua, que tenta nos becos escuros aliviar a fome. O beco escuro é meu abrigo, a taça de vinho que seguro, meus sonhos, meus abismos. Meu coração.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Nem louca
Às vezes pouca
Nem sou
Às vezes vou
Nem santa
Às vezes anta
Nem extinta
Às vezes faminta

terça-feira, 1 de setembro de 2009