quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Fazendo minhas unhas em paz

Estava navegando em uns blogs quando vejo uma postagem de um homem feminista criticando uma mulher por ter dito que é feminista, mas faz as unhas! OMG! Então para essa pessoa ser uma feminista ela não pode pintar as unhas, raspar a perna e tem que ilustrar a revolta contra o desmatamento deixando uma floresta no sovaco?

Olha, eu sou feminista e queria ter todos os esmaltes do mundo, eu sou feminista e uso sutiã, sim acho lindo!! Eu sou feminista e faço musculação, pra saúde e pra ficar bonita, claro! Eu sou feminista e uso salto, sou feminista e amo maquiagem, sou feminista e adoro homem, sou feminista e AMO esmalte cor de rosa! Ah, cara, por favor né, para de coçar o saco e me deixa fazer minhas unhas em paz!

esmalte: thais da rivka

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cartas Extraviadas

Ontem acabei de ler Cartas Extraviadas e Outros Poemas de Martha Medeiros, o livro pertence aquela caixa da L&PM que eu mostrei aqui

Aí como todo livro que termino, fiquei folheando, namorando por um algum tempo antes de colocá-lo de volta na estante.

Marcações:
a capa é muito linda <3

10.

“...e com muito tato desdobre meus pensamentos, que é aquela coisa enroscada ali no meio do cerébro , desmonte, sacuda, não tenha medo se cair não quebra, são várias ideias robustas...”

“...aproxime-se e toque, tirando o resto a alma é tudo o que sobra”

38.

se até o dia vinte ele me ligar, é porque vai rolar
se até quinta feira não chover, passa a ser provável
se até seis da tarde o comercial passar duas vezes
é sinal de que tudo vai acontecer como o planejado
mulher adora dar um prazo para o imponderável

hahaha é isso mesmo, né?

84.

“...
os olhos cegaram para frente e para trás
tanto faz se abertos ou fechados, é sempre escuro
e barulheto, minhas ideias balaçam sensualmente
dança do ventre dança das cadeiras, danço
...”

91.
“...
amar você é meu esporte mais radical

100.

Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto, e sofro antes, durante e depois de te encontrar.

Sumi porque não há futuro e isso até não é o mais difícil de lidar, o pior é não ter presente e o passado ser mais fuido que o ar.

Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressado, mas sumi para estar sempre ao seu lado, a saudade fará mais por nós que nosso amor e sua desajeitada e irrefletida permanência.”

!!!!

113.

“...Ser intuitiva também é uma forma de conexão, há muitas cartas extraviadas viajando pelo espaço, sem fios ou cabos, sem satélites, palavras silenciadas e igualmente transmitidas. Amor é um troço raro e sempre de vanguarda.
...”


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Assista: Latcho Drom

Quer um conselho? Assista ao filme Latcho Drom do diretor cigano e argenilo Tony Gatlif. Só digo que é lindo. A produção de 1993 mostra a jornada dos ciganos, inclusive o título do filme significa Jornada Segura em romani, por diversos países. Começa na Índia, extamante onde onde os ciganos surgiram, depois passa por diversos países como o Egito, Romênia, França e termina na Espanha. As cenas finais mostram o lamento, a força e beleza do flamenco cigano contrapondo com as paredes de tijolos erguidas para impedir o alojamento de ciganos em casas abandonadas da periferia da Espanha. O documentário mostra a alegria, as festas, mas também o preconceito que a sociedade possui com a cultura cigana. Tudo é observado através da música, a forma mais lírica de unir todos os povos.

sábado, 15 de outubro de 2011

Noite

eu sou daquelas que quer filosofar depois de 1h da madrugada
ao mesmo tempo que vê vídeos de gatinhos na internet

na mesma hora que está o maior agito lá na rua
no exato momento que leio uma poesia e oro

eu dou conta de mim à noite
dou conta dos grilos, menos dos galos
aliás, galos, já está na hora de se adaptarem ao novo tempo, não?

eu e o silêncio na noite com vento
eu, assim, sou mais eu, tenho mais eus dentro de mim

mas tenho eu lá fora
esperando um tanto de mim entrar

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Aqui, me dá

me dá aqui o seu rosto
pra eu esfregar meus lábios

vem cá, não dorme

me dá aqui a sua mão
pra eu esfregar meu corpo

escuta, estou falando baixinho

me dá aqui o seu peito
pra eu esfregar meus sonhos

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Enquanto...

Eu vou escrever isso aqui enquanto faço o arroz. Enquanto minhas mãos tem cheiro de tempero, eu invoco inúmeras lembranças, pergunto duzentas vezes sobre a mesma dor sem resposta. Eu espero que meu arroz fique branco, enquanto desejo saturar as cores da minha vida. Ah, eu tenho sonhos demais e planos, nem tantos. Eu encerro vontades e abro outras só quando a água está fervendo. Eu gosto de comer enquanto está quente, por isso me queimo a todo instante, até porque a pressa pra sobremesa é insistente. Talvez eu tenha que reeducar minha maneira de fazer as refeições e ingerir a vida mais devagar.