Rua Maria Alzei: Um poema pra hoje

Maria Alzei

Maria Alzei num canto de Minas Gerais. Em Juiz de Fora, ainda criança, começou a trabalhar e sofrer a vida feminina brasileira da primeira metade do século XX. Maria é mulher qualquer, qualquer Maria padece, sonha, suspira, excita, aprende e ensina. Qualquer mulher. Maria analfabeta, deslumbrada com as imagens da televisão, das revistas e jornais. Tudo é motivo para delirar e esquecer. Não é de contar casos, prefere o silêncio e há uma época, o regador de plantas. Cintura fina, pernas que respondem a beleza, Maria não pôde transgredir com a mente nem com o corpo. Hora por escândalo, hora pelo hábito alienante. Sua época já não permitia a guilhotina ou a hipocrisia de parir no mundo um filho do espírito santo, mas sua época ainda permite o preconceito. Maria Alzei poderia ser revolução, amor, sexo. Faz-se de Maria Alzei, palavras que urgem, experimentam, machucam, dão prazer, gelam e aquecem o cotidiano, o passeio e a fúria veloz do tempo.

Rua Maria Alzei

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Um poema pra hoje

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