terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Bonequinha de Luxo e o Gato


Eu já quase li o livro do Truman Capote e o filme, de Blake Edwards, já estava baixado há séculos. No entanto Bonequinha de Luxo sempre ficava na lista de espera. E eu sempre ficava esperando o dia em que iria vê-lo. Sabe, é daqueles filmes ou livros que a gente quer tanto ver ou ler, aí fica adiando... E o fascínio pelos tão famosos looks que Audrey Hepburn usou...bem, um mito sem precisar assistir.

Foi assim, numa tarde com visita em casa, eu saí à francesa da sala, encostei a porta do meu quarto e comecei. Que luxo a primeira cena, Holly Golightly matando a fome com um café na mão e com olhos famintos nas joais da Tiffany! Quanto glamour, mas confesso que achei que o apartamento da Holly muito bagunçado para a minha expectativa. Enfim, cena vai, cena vem, eu estava transbordando de prazer em ver o filme. Amei ou amei muito a parte que ela e Paul roubam duas máscaras e saem da loja usando-as, sem ninguém perceber?

Foi no final do filme que meu coração pulou e eu fiquei amontoada de emoção. Holly tinha um gatinho amarelo, coisa linda e se chamava Gato. 

Depois de ensinar a todas as moças a não lerem uma notícia ruim sobre a vida amorosa, sem antes passar um batom, ela faz algo terrível. Holly, simplesmente põe o gato para fora do carro e na chuva!! Como assim? Por alguns instantes eu fiquei sem saber como o mundo podia amar uma personagem tão mesquinha, como isso podia ser idolatrado. Ok, é um filme, mas a emoção é minha e boto ela onde eu quiser. Que ela ficasse sem amor no fim, mas sem o Gato???? Eu esperei tanto tempo pra ver o filme pra isso?? Para me deparar com uma perua joganto o gato na tempestade??? Vem cá e eu te quebro a cara, bonequinha!

Até que ela saiu do carro e com meu coração ainda suspenso no ar vejo que ela procurava pelo gato! Ufa, meu coração se repousou, o filme voltou a ser legal e eu queria que ela terminasse com o Paul, mas DEPOIS DE ACHAR O GATO. Foi assim que aconteceu e teve um fim lindo de morrer! Holly está perdoada e o filme continuará sendo venerado por mim. Não sei como é no livro (que agora estou morrendo de vontade de ler), mas espero que também seja um luxo!


#CoisasDeCatLove 


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Re: Dúvida


Querer todas as respostas não é se iludir. Ilusão é ter certeza que tem ou terá todas.

Essa noite sonhei que recebi um e-mail de Deus. Ele me dizia que eu já sabia muito bem sobre as coisas da minha vida, sobre o meu futuro. Que era pra eu me preocupar com coisas mais importantes, porque aquilo que a gente escolhe, se realmente queremos, então uma hora ou outra estará conosco. Falou pra eu também não encher tanto o saco dele com coisas que já são certas.


Típico dele me dar esse esporro. Só sei que nunca li um texto tão objetivo, coeso, sem dar margem a qualquer dúvida como esse do meu sonho. Deus me manda e-mail. Sou importante?  

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Precisamos falar sobre o Kevin, leia

Não deve ser muito difícil odiar um monstro, mesmo quando ele seja seu filho. Li “Precisamos falar sobre o Kevin” com medo. Cheguei a ter que ler ou ver outras coisas após a leitura, antes de ir dormir. Quando terminei, chorei e permaneci confusa quanta a crueldade do ser humano. Em Kevin a essência cruel se manifesta desde cedo na escola e em casa. A história toda é amarga.

A autora Lionel Shriver foi brilhante em adotar como personagem narrador, a mãe de um garoto que aos 15 anos se torna um assassino de vários colegas e professores. Sempre vemos o sofrimento das mães e pais que perdem seus filhos nesses incidentes e pouco prestamos atenção nas famílias dos assassinos. Lionel oferece nos oferece uma personagem feminina sem lacinhos nas emoções.

É uma mulher que se pergunta sobre as mudanças do seu corpo e da sua vida, por causa do filho. Eva, nome bem sugestivo e de uma sensibilidade polêmica, se culpa pelas atitudes de Kevin, assim como o resto do mundo. Por que? Porque ela é a mãe e na nossa sociedade patriarcal e machista, a culpa por ter filh@s que se tornam pessoas ruins é sempre da mãe. Eva deu à luz um ser ruim e apático, sem sentimentos. E é ela que fica o maior tempo com esse ser, pois o pai está trabalhando. É ela que tem que diminuir sua rotina de mulher bem sucedida, até abandonar isso de vez, por conta de Kevin.

De forma brilhante o livro trata essa questão e também sobre política nos EUA. Kevin é uma mistura da decadência e do espetáculo americano. Tudo é contado pela mãe em cartas que são direcionadas ao marido, Franklin. Eu adorei demais o livro, é tenso, maduro, inconveniente e impossível de querer abandonar a leitura 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Eu sou merecedora dos meus sonhos

Aprendi.



Esteja cert@ ao desejar algo, não deixem dúvidas ou confusões se intromterem nos seus desejos. Aproveite a certeza de ter aquilo que quer e queira o bem.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A valsa negra

Era pra eu ter acabado de ler Valsa Negra de Patrícia Melo antes de 2012, porque eu queria iniciar o ano com livro novo. Obra fácil de ler, dinâmica e tensa, mas o personagem narrador me causava nauseas, um pouco de raiva, mas principalmente angústia. O cara é casado com uma garota de 18 anos, 30 mais nova que ele. Ela se chama Marie e toca violino na orquestra. O maestro, assim como é chamado durante todo o livro, não é só um homem chato com uma puta crise de idade, ele é neurótico, ciumento, desconfiado, ranzinza.

Nem mesmo o diagnóstico de TOC, que o seu psicanalista deu, nem as perdas significativas da vida dele, nem os momentos de solidariedade que teve me fizeram sentir um pouquinho de gosto por ele. O tempo todo suspeitava da traição de Marie, colocava a empregada para vigiar. Tinha ciúmes de tudo, até dos jornais que ela lia, do violino que tocava. Chegou a dizer que sentia vontade que Marie não tivesse nada, nem violino, família e dinheiro, só para ter apenas ele. Vivia achando que a família dela o rejeitava por não ser judeu, não gostava das fotos dela com amig@s, pois não suportava que ele não estivesse junto.

Meu deus, que transtorno horrível. Marie descobriu que ele pagava a empregada para a observar, fez as malas e foi embora. Ele teve uma parada cardíaca, os dois acabaram voltando. Sabe, quando se tem 18 anos tudo é romântico, até os ciúmes. O maestro continuou com suas ideias, a ponto de perguntar quem era o amante de Marie...veja bem, ele criou a certeza, nem era mais dúvida. Claro, como qualquer mulher sensata, Marie foi embora de vez.

A partir daí, o maestro eleva seus problemas ao máximo. Começa a desinfetar a mão toda vez que cumprimenta alguém e limpar tudo o que as pessoas tocavam. Passa a perseguir Marie, anotando em um caderno tudo o que ela faz durante o dia, onde ela foi, com quem ela sentou. Pede demissão da orquestra, contrata um detetive e descobre onde Marie estava morando. O fim é muito trágico (não vou contar, vão ler!).

O maestro brigava com ela, ofendia sua maneira de tocar, dizia que ela nunca ia chegar a lugar nenhum, assim agia com @s outr@s também. Ele queria Marie de volta, porém você concordará comigo: ele nunca teve Marie, ele convivia com alguém para projetar todas as suas frustrações, pesadelos, ignorâncias, incertezas...em vez dele amar ela, ele queria a possuir. Talvez quisesse até que suas prturbações se confirmassem, só para justificar as neuroses e se achar normal.