domingo, 23 de setembro de 2012

Erros

Se permita errar e se arrepender. O arrependimento é uma qualidade e não um defeito. Uma vida feita somente de acertos é, certamente, uma vida cheia de enganos. Tenha amor o suficiente para perdoar a si mesmo e não sofra. O sofrimento é para quem não consegue apender com a dor.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O meu nascimento


Mais uma vez escolho uma pintura da Frida Kahlo para ilustrar o meu momento.  “O meu nascimento” simboliza exatamente o processo pelo qual estou passando. Estou renascendo, de dentro de mim está saindo uma nova Carol. E como todo parto, está sendo doloroso. A nova Carol quer seguir um caminho há muito tempo esperado, ela é mais intensa. A nova Carol não entende como a antiga demorou tanto para perceber que o tempo não volta e que precisamos fazer tudo hoje.

Dói esse parto, se me virem de cara feia, não me julguem. Tem dois dias que não consigo me alimentar direito, estou tendo ânsias de vômito, sinto calor, sinto frio, às vezes parece que eu estou em abstinência de um remédio muito forte. Mas isso serve como justificativa rápida. É melhor dizer “estou passando mal” do que afirmar “estou tendo um parto e ele está demorando”, evito explicações.

Estou ansiosa e preocupada com essa nova Carol que vou colocar no mundo, certamente ela será feliz. Mas não vou me despedir por completo da antiga, ela criou uma personalidade dura de ser derrubada e muitas coisas ficarão pra sempre. Como o amor pela vida, a desenvoltura para o sexo, o humor e a alegria. Foi essa Carol que me trouxe até essa nova, ela é a mãe da Carol que quero logo que cresça.

Durante a vida passei por muitos renascimentos, mas esse parece que está sendo o mais violento de todos. Por isso uma confusão louca entre sentimentos novos e coisas do passado está acontecendo. Me sinto só, apesar de saber que posso contar com muita gente nessa minha nova etapa. No entanto, sei o limite dessas pessoas, elas não podem segurar minha mão o tempo todo, nem estar do meu lado cada segundo. Elas sabem que eu me viro bem sozinha.

Bem, eu não sei muito o que escrever, os sentimentos estão tão fortes em mim, que é algo como Deus, não podemos explicar e qualquer tentativa parece falhar, pois é algo que precisamos apenas sentir. Nunca me senti tão próxima de começar a atender as reponsabilidades que assumi enquanto espírito. Essa nova Carol é a certamente a Carol que pedi a Deus antes de nascer e por mais que as coisas pareçam tristes, eu não quero recuar, porque o tempo não volta.


domingo, 19 de agosto de 2012

Pessoas fortes

Pessoas fortes também deitam o rosto no travesseiro e choram desesperadamente. Pessoas inabaláveis também se apaixonam e escutam Cazuza. Pessoas compreensivas também querem saber o porquê. Há quem queira o mundo, há quem queira ser o mundo de alguém. As seguras sentem medo, querem segurar a mão de outra, querem estar protegidas pelo amor. Pessoas fortes são indomáveis, realmente fazem o que querem e tem vezes que elas querem repousar. As cheias de atitude em algum momento recuam, não sabem bem o que fazer. Pessoas fracas não se arrependem, não pedem perdão, não vivem grandes emoções, pensam que a vida é uma só e acabou. Fortes são aquelas que se renovam a cada dia, se contradizem e assumem a falta de coragem, gritam porque dói, mas estão dispostas a perderem o medo, a se atirarem nas dúvidas. Sejamos fortes todos os dias!

domingo, 6 de maio de 2012

Sendo


Não tenho vocação nenhuma para roubar corações, seduzir perdidamente. Não sei fazer boquinhas pedintes, nem olhinhos fatais. Eu sou assim, normal, nua ou vestida.

Minha voz não sai de maneira muito doce e a minha letra não é bonitinha. Eu vivo tropeçando, me distraio, tenho meu mundo.

Eu sou calma, mas tenho medo de aprender atirar. Eu sei dar golpes com palavras, sei dançar e não costumo chorar quando corto cebolas.

No entanto, veja bem, sou sentimental, exagerada, sonhadora e quase iludida. Mas não sou frágil. Tanto é que a vida me transporta sem muitos cuidados.

Eu me arrepio, mordo, grito. Mas tem mais coisas acontecendo em silêncio.



quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Bonequinha de Luxo e o Gato


Eu já quase li o livro do Truman Capote e o filme, de Blake Edwards, já estava baixado há séculos. No entanto Bonequinha de Luxo sempre ficava na lista de espera. E eu sempre ficava esperando o dia em que iria vê-lo. Sabe, é daqueles filmes ou livros que a gente quer tanto ver ou ler, aí fica adiando... E o fascínio pelos tão famosos looks que Audrey Hepburn usou...bem, um mito sem precisar assistir.

Foi assim, numa tarde com visita em casa, eu saí à francesa da sala, encostei a porta do meu quarto e comecei. Que luxo a primeira cena, Holly Golightly matando a fome com um café na mão e com olhos famintos nas joais da Tiffany! Quanto glamour, mas confesso que achei que o apartamento da Holly muito bagunçado para a minha expectativa. Enfim, cena vai, cena vem, eu estava transbordando de prazer em ver o filme. Amei ou amei muito a parte que ela e Paul roubam duas máscaras e saem da loja usando-as, sem ninguém perceber?

Foi no final do filme que meu coração pulou e eu fiquei amontoada de emoção. Holly tinha um gatinho amarelo, coisa linda e se chamava Gato. 

Depois de ensinar a todas as moças a não lerem uma notícia ruim sobre a vida amorosa, sem antes passar um batom, ela faz algo terrível. Holly, simplesmente põe o gato para fora do carro e na chuva!! Como assim? Por alguns instantes eu fiquei sem saber como o mundo podia amar uma personagem tão mesquinha, como isso podia ser idolatrado. Ok, é um filme, mas a emoção é minha e boto ela onde eu quiser. Que ela ficasse sem amor no fim, mas sem o Gato???? Eu esperei tanto tempo pra ver o filme pra isso?? Para me deparar com uma perua joganto o gato na tempestade??? Vem cá e eu te quebro a cara, bonequinha!

Até que ela saiu do carro e com meu coração ainda suspenso no ar vejo que ela procurava pelo gato! Ufa, meu coração se repousou, o filme voltou a ser legal e eu queria que ela terminasse com o Paul, mas DEPOIS DE ACHAR O GATO. Foi assim que aconteceu e teve um fim lindo de morrer! Holly está perdoada e o filme continuará sendo venerado por mim. Não sei como é no livro (que agora estou morrendo de vontade de ler), mas espero que também seja um luxo!


#CoisasDeCatLove 


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Re: Dúvida


Querer todas as respostas não é se iludir. Ilusão é ter certeza que tem ou terá todas.

Essa noite sonhei que recebi um e-mail de Deus. Ele me dizia que eu já sabia muito bem sobre as coisas da minha vida, sobre o meu futuro. Que era pra eu me preocupar com coisas mais importantes, porque aquilo que a gente escolhe, se realmente queremos, então uma hora ou outra estará conosco. Falou pra eu também não encher tanto o saco dele com coisas que já são certas.


Típico dele me dar esse esporro. Só sei que nunca li um texto tão objetivo, coeso, sem dar margem a qualquer dúvida como esse do meu sonho. Deus me manda e-mail. Sou importante?  

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Precisamos falar sobre o Kevin, leia

Não deve ser muito difícil odiar um monstro, mesmo quando ele seja seu filho. Li “Precisamos falar sobre o Kevin” com medo. Cheguei a ter que ler ou ver outras coisas após a leitura, antes de ir dormir. Quando terminei, chorei e permaneci confusa quanta a crueldade do ser humano. Em Kevin a essência cruel se manifesta desde cedo na escola e em casa. A história toda é amarga.

A autora Lionel Shriver foi brilhante em adotar como personagem narrador, a mãe de um garoto que aos 15 anos se torna um assassino de vários colegas e professores. Sempre vemos o sofrimento das mães e pais que perdem seus filhos nesses incidentes e pouco prestamos atenção nas famílias dos assassinos. Lionel oferece nos oferece uma personagem feminina sem lacinhos nas emoções.

É uma mulher que se pergunta sobre as mudanças do seu corpo e da sua vida, por causa do filho. Eva, nome bem sugestivo e de uma sensibilidade polêmica, se culpa pelas atitudes de Kevin, assim como o resto do mundo. Por que? Porque ela é a mãe e na nossa sociedade patriarcal e machista, a culpa por ter filh@s que se tornam pessoas ruins é sempre da mãe. Eva deu à luz um ser ruim e apático, sem sentimentos. E é ela que fica o maior tempo com esse ser, pois o pai está trabalhando. É ela que tem que diminuir sua rotina de mulher bem sucedida, até abandonar isso de vez, por conta de Kevin.

De forma brilhante o livro trata essa questão e também sobre política nos EUA. Kevin é uma mistura da decadência e do espetáculo americano. Tudo é contado pela mãe em cartas que são direcionadas ao marido, Franklin. Eu adorei demais o livro, é tenso, maduro, inconveniente e impossível de querer abandonar a leitura 

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Eu sou merecedora dos meus sonhos

Aprendi.



Esteja cert@ ao desejar algo, não deixem dúvidas ou confusões se intromterem nos seus desejos. Aproveite a certeza de ter aquilo que quer e queira o bem.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

A valsa negra

Era pra eu ter acabado de ler Valsa Negra de Patrícia Melo antes de 2012, porque eu queria iniciar o ano com livro novo. Obra fácil de ler, dinâmica e tensa, mas o personagem narrador me causava nauseas, um pouco de raiva, mas principalmente angústia. O cara é casado com uma garota de 18 anos, 30 mais nova que ele. Ela se chama Marie e toca violino na orquestra. O maestro, assim como é chamado durante todo o livro, não é só um homem chato com uma puta crise de idade, ele é neurótico, ciumento, desconfiado, ranzinza.

Nem mesmo o diagnóstico de TOC, que o seu psicanalista deu, nem as perdas significativas da vida dele, nem os momentos de solidariedade que teve me fizeram sentir um pouquinho de gosto por ele. O tempo todo suspeitava da traição de Marie, colocava a empregada para vigiar. Tinha ciúmes de tudo, até dos jornais que ela lia, do violino que tocava. Chegou a dizer que sentia vontade que Marie não tivesse nada, nem violino, família e dinheiro, só para ter apenas ele. Vivia achando que a família dela o rejeitava por não ser judeu, não gostava das fotos dela com amig@s, pois não suportava que ele não estivesse junto.

Meu deus, que transtorno horrível. Marie descobriu que ele pagava a empregada para a observar, fez as malas e foi embora. Ele teve uma parada cardíaca, os dois acabaram voltando. Sabe, quando se tem 18 anos tudo é romântico, até os ciúmes. O maestro continuou com suas ideias, a ponto de perguntar quem era o amante de Marie...veja bem, ele criou a certeza, nem era mais dúvida. Claro, como qualquer mulher sensata, Marie foi embora de vez.

A partir daí, o maestro eleva seus problemas ao máximo. Começa a desinfetar a mão toda vez que cumprimenta alguém e limpar tudo o que as pessoas tocavam. Passa a perseguir Marie, anotando em um caderno tudo o que ela faz durante o dia, onde ela foi, com quem ela sentou. Pede demissão da orquestra, contrata um detetive e descobre onde Marie estava morando. O fim é muito trágico (não vou contar, vão ler!).

O maestro brigava com ela, ofendia sua maneira de tocar, dizia que ela nunca ia chegar a lugar nenhum, assim agia com @s outr@s também. Ele queria Marie de volta, porém você concordará comigo: ele nunca teve Marie, ele convivia com alguém para projetar todas as suas frustrações, pesadelos, ignorâncias, incertezas...em vez dele amar ela, ele queria a possuir. Talvez quisesse até que suas prturbações se confirmassem, só para justificar as neuroses e se achar normal.