Se eu fosse eu?

Essa semana, algo me inquietou bastante. Numa dessas noites eu li uma crônica da Martha Medeiros, publicada no livro NON-STOP-Crônicas do Cotidiano chamada Se eu fosse eu, nome homólogo de uma da Clarice Lispecto, na qual ela se inspirou. A ideia é que se nós fossemos realmente aquilo que somos, seriamos diferentes. Parte do princípio que não somos nós mesmos, por causa das convenções, limites morais e sociais.

Mas enfim, aquilo que eu não parei de pensar um minuto durante esses dias: e se eu fosse eu?

Eu ficaria mais tempo dormindo

Eu choraria menos

Eu teria fugido de casa na adolescência

Eu teria feito aquelas 1.208 ligações

Eu comeria de 15 em 15 minutos

Eu faria escândalos

Eu compraria compulsivamente

Eu faria as coisas com muito mais certezas

Eu não pensaria tanto para fazer as coisas

Eu não sou tão outra pessoa, se eu fosse eu mesma, eu continuaria não gritando com as pessoas na rua, nem chutando brinquedos de crianças, nem cachorros fofos, mas abriria uma exceção para isso na TPM.