quarta-feira, 29 de junho de 2011

Como tem que ser

Não fazia questão de se lembrar. Já havia esquecido, mas ainda tinha na memória. Qual roupa, qual corte de cabelo, qual perfume impressionaria mais? Tinha os olhos de um ator dos anos 50. Não procurava nada mais do que tudo. Passava a mão na cama. Passava a mão nas pernas. O coração não estava bem, mas estava do jeito certo. Apagou o telefone da agenda. Demorava um pouco mais no banho. Escutava a mesma música mil vezes. Escutava a rádio sem nenhuma pretensão. Continuava correndo.

Não tinha que ler sobre as filosofias. Não tinha que levantar o maior peso. Poderia passar os dias todos olhando para a rua, pensando nas novas responsabilidades, aqueles laços que prendiam. Chegou um novo tempo, o momento de dizer que tinha crescido e era feliz. Parabéns. Havia um incômodo, não era dor, era uma aporrinhação lá dentro, porém isso não cabia naquilo ali. Com o tempo, passa.

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