sábado, 23 de julho de 2011

Última dose

Ela dizia: não, não, não, não vou, mas acabou indo. Ela desejou algo além de uma última taça de vinho e dos traços grossos de delineador preto nos olhos. Foram até o apartamento dela, a cobriram com um pano roxo, esse fim sempre pareceu muito próximo. Não tem como ver vida em alguém se encerra aos poucos.

Nunca fui fã da Amy Winehouse, só da voz dela. Maravilhosa, não dá pra se cansar de ouvir, suas músicas também tinham um som incrível. Porém não gostava da conduta dela, na verdade, não gosto de artista que entra bebado ou drogado no palco, acho uma falta de respeito com o público e com o próprio trabalho. Amy despresava atenção que tinha, como uma forma de chamar mais atenção? Não sei, de fato ela nunca pareceu fazer isso só para aperecer ou como como rebeldia. Sempre enxerguei alguém, realmente, com problemas.

A imprensão que sempre tive era de que ela cantava aquele soul porque assim se sentia útil, utilizava o seu dom. No entanto se apresentava na confusão de um querer, sentir, amar, viver estranhamente. Esta semana eu refleti muito sobre a morte de pessoas jovens, definitivamente ela não espera você realizar sonhos ou se reabilitar. Tem que fazer isso todos os dias, porque não se sabe o que será do momento seguinte. Amy tinha 27 anos, uma vida aparentemente intensa e descontente.

Como ela canta no seu maior sucesso:

The man said, Why do you think you're here?
I said, I got no idea
I'm gonna, I'm gonna lose my babySo I always keep a bottle near
He said, I just think you're depressedKiss me, yeah baby and go rest"

Um comentário:

WilliaM CarvalhO disse...

Inevitável,penso quase a mesma coisa sobre winehouse e adorei a materia,muito bem organizada.