quarta-feira, 4 de maio de 2011

Meu sangue é gay

No momento em que tomava meu café da manhã me bateu uma revolta novamente que não posso deixar de lado. Faz umas duas semanas que uma amiga minha do Sul foi doar sangue e não pode fazer isso no HEMOSC (Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina), porque tinha um cartaz gigante dizendo que pessoas que mantiveram relação sexual com o mesmo sexo no período de 12 meses não podiam doar. E no site do centro a mesma restrinção.

Quando ouvi a história, não acreditei. Como assim? Bem, eu pesquisei (leia matéria publicada no R7) e descobri que o Ministério da Saúde proíbe homens que matém relações sexuais com outros homemens (HSH) de doarem sangue. Eles restringem ao período de um ano. Convenhamos então que nenhum homosexual pode doar, porque qual ser humano com vida sexual ativa fica sem fazer sexo durante um ano? Muito difícil. Segundo o Ministério da Saúde, a probalidade de um HSH ter AIDS é maior do que as relações hetero.

Aí, o resultado o CENSO 2010 me diz que existem mais de 60 mil casais gays no Brasil. Ou seja, esse número de pessoas não podem doar sangue. Agora pensem comigo: um homem hetero sai todo final de semana, cada vez com uma mulher diferente e muitas vezes ele esquece a camisinha (sejamos bem realista na nossa hipótese), esse homem pode doar sangue. O outro homem namora com outro , faz sexo com seu parceiro e é fiel, esse homem não pode doar. Vocês sentem cheiro de incoerência e preconceito na nossa legislação?

De qualquer maneira o HEMOSC está errado, porque o Ministério não proíbe mulheres que tiveram relações com outras. Por isso, minha amiga conseguiu fazer seu lindo gesto de dor sangue no Hospital Universitário da cidade dela. Contudo fica aqui essa minha revolta com a nossa lei e mais uma vez eu sonho que um dia todos seremos iguais nas nossas diferenças!

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